Curitiba,21 de março de 2005.
Naquele dia Emily decidiu morrer.
Foi até o último andar do prédio onde morava e tocou a
campainha do apartamento.
Ding – Dong.
- Olá Dona Lúcia, posso ir até a sua varanda só por um
momento?
- Claro Emily mas por que?
- Não, por nada, só quero ver um negócio.
Emily entrou na casa de dona Lúcia passou por alguns cômodos
e finalmente chegou a varanda.Dona Lúcia só ficou observando.
Emily olhou para baixo e um frio percorreu sua
espinha.Primeiro colocou uma perna e depois outra e se sentou na em cima do
murinho da varanda.
- Emilyyyyyyyyyyyyyyyy...sai daí,sai daí agora!!! – Gritou
dona Lúcia muito assustada.
- Não saio, não se intromete dona Lúcia, ninguém pode me
impedir.
Dona Lúcia correu e chamou os pais de Emily que correram
desesperados para socorrer a menina. Tudo lógico, em vão. Emily estava decidida.
Logo chegaram a policia, bombeiro e toda aquela multidão lá
em baixo. Uns gritavam “pula, pula” outros rezavam, outros só observavam.
Em um ato de coragem misturado com desespero, Emily
pulou. Enquanto caía o povo gritava e saía correndo. Ela bateu no chão e seu
corpo se despedaçou. O sangue corria pelo asfalto ao olhar das pessoas que não
acreditavam no que tinha acontecido.
Curitiba, 18 de março de 2006.
Amanda estava super feliz com o apartamento novo que seus
pais tinham comprado, enfim, depois de muitos anos de espera finalmente o
gostinho de casa própria.
Todos animados com a mudança,ela e seu irmão já tinham até
escolhido os quartos.Ajeitaram tudo,foi um trabalhão.Estavam todos cansados.
Humberto,pai de Amanda deu a ideia de irem comer uma pizza
perto dali,todos toparam.
Depois de se divertirem voltaram pra casa,todos
sorrindo.Quando saíram do elevador,todos ficaram sérios.Notaram que a porta
estava aberta,escancarada.
Andaram por toda a casa,pensando que tinha entrado
alguém,mas não tinha nada mexido.
Chegaram à conclusão que esquecera de trancar a porta e ela
acabou se abrindo.Amanda questionou por que a porta da varanda também estava
aberta,mas eles não sabiam,acharam melhor esquecer.Se certificaram que todas as
portas estavam trancadas e foram dormir.
Lá por umas três horas da manhã,Amanda levantou pra beber um
copo de leite e quando abriu a porta do seu quarto tomou um susto.A porta de
entrada e da varanda estavam abertas novamente.
Amanda olhou para a varanda e teve a leve impressão de ver
alguém,correu pra se certificar e não viu mais nada.Chamou sua mãe e explicou o
fato,ela disse que teriam que chamar o chaveiro pra ver o que estava
acontecendo com as portas.
Amanda ainda assustada bebeu seu leite e voltou a dormir.
Curitiba,19 de março de 2006.
Amanda voltou do colégio e o chaveiro estava na sua
casa, verificando as portas e afirmou que não tinham nenhum problema. Lívia, olhou
para Amanda, balançou os ombros sem saber o que dizer e pagou o chaveiro.
Ela ficou intrigada e curiosa para saber o que estava
acontecendo. Caminhou até seu quarto e quando abriu a porta notou que estava
tudo desarrumado, ela gritou para sua mãe, questionando o por que ela deixou o
irmão entrar no quarto mas sua mãe garantiu de que ele não havia entrado.
Amanda chamou o irmão e perguntou o que ele queria no quarto
dela. Mike, estava de cabeça baixa e rindo. Ela furiosa perguntou o motivo e ele
respondeu:
- Foi a Emily!
- Emily? que Emily? você ta doido é pra apanhar, isso sim.
- Ela disse que não é pra você se preocupar com as
portas, por que é ela que abre.
- Escuta aqui moleque, a próxima vez você vai levar uma surra
– disse Amanda e saiu.
A noite se aproximava e Amanda decidiu ficar de olho em Mike
que agora ficava falando sozinho, ele dizia que conversava com a Emily. Todos
duvidavam. Mas Amanda começou a ficar preocupada. Decidiu então, que aquela noite
vigiaria seu irmão.
Onze e meia da noite. Todos já estavam em suas camas. Amanda
dessa vez com a porta aberta estava com os olhos bem arregalados. Mas, como nada
acontecia ela foi pegando no sono de levezinho. Começou a ter um sonho que estava
indo até a varanda e lá estava sentada uma menina, e ela tinha um semblante
triste e Amanda dizia pra ela sair dali pois ela iria cair. A menina olhou pra
ela e se jogou. Amanda abriu os olhos imediatamente pode ver a menina do sonho
na sua frente. Amanda gritou tão alto que acordou todos da casa.
Sua mãe depois de acalma-la perguntou o que foi que tinha
acontecido e ela contou, sua mãe disse que não era real mas Amanda garantiu que
não era um sonho.
Curitiba, 20 de março de 2006.
Ela começou a perceber que seu irmão estava mais sério, não
falou mais sozinho, estava agressivo com todos. Perguntava a ele o que estava
acontecendo e não tinha resposta. Ela ficou intrigada e como era curiosa começou
a achar que algo de sobrenatural estava no ar. A partir dos últimos
acontecimentos, começou a pesquisar a vida dos antigos moradores do apartamento
onde morava. Achou que poderia ter algo a ver .
Conversou com os vizinhos e com o porteiro do prédio
também, alias, ele foi quem deu a maioria das informações e falou sobre a menina
que se suicidou. Descobriu que ela pulou bem da varanda do apartamento de onde a
família de Amanda estava morando e ficou realmente surpresa quando descobriu
que seu nome era Emily. O porteiro contou, que os pais de Emily ainda moravam no
prédio. Enfim, o irmão não estava brincando, Emily realmente existia.
Na mesma noite ainda tentou conversar com Mike que não lhe
dava chance, nem olhava pra cara dela. Novamente resolveu ficar acordada pra ver
o que acontecia.
Como o sono foi mais forte, não aguentou ficar acordada.
Curitiba, 21 de março de 2006.
Amanda se levantou antes de todos e pode perceber que
novamente as portas estavam abertas. Foi até o quarto do irmão e ele não estava
lá. Procurou em todas as partes e não o encontrava. Começou a procurar nos
corredores, quando foi chamada por uma mulher.
- Oi menina, você esta a procura de alguém?
- Sim do meu irmão Mike.
- Ele esta aqui. – disse a mulher levando ela pra dentro do
apartamento.
A mulher disse que se chamava Eduarda e que quando acordou
encontrou o menino dormindo na cama da sua filha. Amanda questionou se a filha
não reclamou de Mike na cama dela e Eduarda lhe disse que sua filha já não
estava mais entre eles.
Amanda tentou acordar Mike mas em vão. Eduarda convidou
Amanda para tomar uma café. Disse que seu marido tinha saído para comprar jornal
e já voltava. Amanda perguntou se ela era a mãe de Emily e ela com tristeza no
olhar disse que sim.
Eduarda contou que quando engravidou de Emily, chegou a
conclusão que não tinha vocação para ser mãe e então ela e seu marido decidiram
dar ela para adoção. O tempo passou e Emily não foi adotada. Só que um certo dia
Emily achou uns papéis que estavam escondidos e não tivemos como reagir. No
outro dia ela se suicidou.
Amanda estava prestando atenção na história de Eduarda
quando ouviu um barulho no quarto de Emily e correu para ver o irmão.
Ela sorriu ao ver o pequeno mas notou que seu olhar não era
o mesmo. Mike deu uma gargalhada sinistra e disse:
- Quer me ver morrer, Amanda? – Disse o irmão com uma voz
distorcida.
- Não diga isso Mike, vamos pra casa – Disse ela pegando o
irmão pelo braço.
Eduarda não disse uma palavra, não conseguia, sentia medo.
Mike bateu na cara da irmã fazendo ela cair. A irmã o olhou
assustada.
Ele se levantou e foi caminhando pelos corredores até a casa
onde moravam. Amanda e Eduarda foram atrás sem dizer uma palavra.
Mike tocou a campainha.
- Oi filho onde você estava? – Disse Lívia, toda carinhosa.
- Oi dona Lucia posso ir até a sua varanda só por um
momento?
Lívia olhou para Amanda sem saber o que responder. Mike foi
caminhando quando Lívia tentou pegar em seu ombro quando ele com um soco a
afastou.
Eduarda não passou da porta, parecia que pressentia o que ia
acontecer e não queria presenciar aquilo novamente. Se sentia mal pois naquele
dia fazia um ano da morte da menina e sabia que ela buscaria vingança. Só não
entendia o porque dela estar fazendo aquilo com o menino.
Mike passou por todos os cômodos e foi até a varanda. Todos
da sua família observavam. Ele em um só pulo subiu na mureta da varanda.
Sua mãe gritava pra ele sair dali, seu pai sem palavras só
observava.
- Por que esta fazendo isso com meu irmão Emily? – disse
Amanda aos prantos.
- Seu irmão é igual a mim, doce Amanda. - soa no fundo.
- Não, meu irmão não é igual a você, ele gosta de viver, ele
quer viver, não faça isso, não pule da varanda Emily. Eu sei por que você quis
morrer Emily!! Mas nós não temos culpa.
De repente lágrimas começaram a rolar no rosto de Mike.
- Meus pais nunca me amaram. Desde pequena me deixaram
sozinha, sempre foram ausentes pra mim. Minha mãe não me abortou, por que o meu
pai não deixou ela fazer isso. Disse que era melhor me dar a um casal por que
eles não tinham paciência com crianças.
- Isso não é verda..
- É sim, é sim Amanda, eu encontrei os papéis no quarto
deles. Pesquisei pra saber por que o outro casal não me quis, e descobri que o
preço que meus pais estavam pedindo era muito alto. Meus pais queriam me vender
Amanda.
Os pais de Mike estavam em prantos mas, estavam prestando
atenção. O medo dele pular tomava conta do seu psicológico.
- Emily, eu entendo o seu lado, mas o meu irmão não tem nada a
ver com isso. Ele é amado por nós e não merece que você faça o pior. É o corpo
dele e não o seu. Agora que sabemos da sua história e...
Emily?!Emily minha filha...
Amanda foi interrompida por Eduarda e Rafael.
- Emily, nos desculpe por tudo filha – Disse Eduarda – No
inicio era aquilo que queríamos mesmo mas depois nós aprendemos a amar você. Eu
e seu pai confessamos que ....
De repente Mike se desequilibra mas Amanda consegue
segurá-lo.
Emily deixou o corpo de Mike e possuiu o de sua mãe, olhou
para eles e correu para a beirada da varanda e se jogou .
Os pais de Amanda gritaram em vista de tanto horror.
Rafael tentou correr para ver o estado de sua mulher, mas em
uma questão de segundos a menina possui o corpo de seu pai e antes de pular ela
olhou para Amanda e disse.
- Jamais machucaria seu irmão Amanda, só o usei para chamar a
atenção.
Amanda não pronuncia nem uma palavra.
O corpo de Rafael possuído por Emily corre e pula da varanda
da mesma maneira que Emily fez com sua mãe.
Agora ela estava vingada e finalmente descansaria em paz.
Cara não sou de ficar dando nota a conto, até porque se não gostei bom, se gostei amém. Mais nesse eu vou ter quer me pronunciar. Ficou show de bola, muito bom mesmo, ta certo na minha opinião o final foi meio anti-climax, o que não faz o conto ser ruim. se tivesse que dar uma nota eu daria 8,9. Eu acho que se continuar com esse nível, ótimo, se conseguir melhorar putz vai ser melhor ainda.
ResponderExcluirObrigado pela nota, acho muito bom q deem notas ai eu descubro o gosto dos nossos leitores
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