Momentos Obscuros em Desenhos

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Personagens coloridos, canções felizes e grandes lições sobre amizade e coragem. Se é isso que você espera encontrar em programas infantis, pode se surpreender. Com episódios polêmicos e finais bastante sombrios, séries e desenhos voltados para crianças podem causar mais pesadelos do que filmes de terror. Relembre alguns momentos obscuros de alguns programas infantis.

1. Bimbo’s Initiation (1931) – múltiplas formas de tortura e crueldade

Não bastasse ser um personagem esquecido, o cachorro Bimbo, protagonista do pequeno curta da Fleischer Studios, parece estar vivendo um pesadelo aterrorizador. Ao cair por um bueiro, o infeliz cão encontra uma série de “Velas do Mal”, que o recrutam para uma seita. Ele recusa, mas sua ~iniciação~, como define o título da animação, tem início de todo jeito: Bimbo passa a ser submetido a variadas formas de tortura.

Depois de sobreviver (por pouco) às crueldades, ele é lançado em um quarto onde descobre que o líder das velas malvadas é na verdade a aparentemente doce pin-up Betty Boop. Um final feliz? Não, não, não. De repente, é revelado que não apenas o líder, mas todos os membros da sociedade têm o rosto de Boop. Enlouquecido, ele desiste de resistir ao pesadelo e junta-se ao bando. E então, uma última surpresa: o responsável por enviá-lo a este mundo de sofrimento é ninguém menos que Mickey Mouse. Pesadelo garantido para as criancinhas.


2. The Little Pest (1931) – um bebê apanha e é afogado

Se você tem um irmão mais novo certamente aprendeu importantes lições com o desenho The Little Pest. Caso você seja o caçula, é provável que nunca mais tenha olhado com os mesmos olhos para aquele outro filho dos seus pais. A animação da Columbia Pictures tem como protagonista Scrappy, o violento irmão mais velho de Oopy, um bebê que insiste em segui-lo para todos os cantos. O objetivo de Scrappy é se livrar do irmãozinho para que possa pescar com o seu cão. E, para atingir sua meta, não há limites para a violência – ele não hesita em empregar socos violentos que lançam longe o bebê.

O toque final de crueldade acontece quando eles chegam ao lago: Oopy cai na água. Scrappy finge não ouvir e começa a sair de fininho, abandonando o irmão mais novo à própria sorte. Até que ele tem uma visão – não de sua consciência, mas da cadeira elétrica. Isso mesmo, crianças: se você matar seu irmão pode acabar sendo condenado e preso, e esta é a única razão pela qual não deve tentar isso em casa. Scrappy resgata Oopy e até parece se importar com seu bem estar por alguns instantes. Isto é, até o caçula pedir um pouco de água. Nesse ponto Scrappy se irrita novamente e arremessa o irmãozinho (que não sabe nadar, lembre-se) na água. Fim.

3. Tom e Jerry – frustrados no amor, Tom e Jerry se matam
Episódio: Blue Cat Blues (1956)

Se você sempre se sentiu um pouco culpado por torcer secretamente para que Tom pegasse o Jerry, fique sossegado. O trágico momento imaginado por você dificilmente é pior do que aquele apresentado pelos produtores da animação. Durante os quase 20 anos em que o desenho foi produzido, a dupla sobreviveu às mais improváveis desaventuras: de ratoeiras e cães bravos a explosões, o gato e o rato pareciam indestrutíveis. Isto é, até se apaixonarem.

O curta-metragem, exibido originalmente em 1956, logo nos apresenta um Tom desolado, sentado nos trilhos de um trem, dando claras indicações de que não pretende se levantar para a passagem dos vagões que se aproximam. “Tudo vai acabar logo”, diz a funesta narração de Jerry. Depois de perder a amada para um milionário, Tom faz de tudo para reconquistá-la (chegando até mesmo a se entregar à trabalhos escravos!). Acompanhamos então a queda livre emocional do felino, que resolve afogar as mágoas do insucesso no álcool. Onde está Jerry enquanto tudo isso acontece? Comemorando o quão sortudo é por ter uma namorada que, ops, está o traindo. A decepção une a dupla novamente, que aguarda nos trilhos a chegada do trem da morte. The End.


4. Punky levada da breca – a pequena protagonista perde todos seus amigos e sua família
Episódio: The Perils of Punky (1985)

A precoce Punky protagonizou nos anos 1980 um episódio digno de filmes de terror. Junto de seus amigos, a levada da breca resolve acampar na floresta. Eles não demoram muito para se perderem, claro. Alojados dentro de uma caverna, resolvem passar o tempo contando histórias de terror – mais especificamente, histórias de terror sobre crianças que se perdem na floresta e buscam abrigo em uma caverna. A metalinguagem é provavelmente um dos motivos que tornam o episódio um pouco mais perturbador: se você piscar na hora errada pode perder a importante informação de que os horrores prestes a serem vistos não estão, na verdade, acontecendo com a protagonista e seus amigos.

Um grupo de índios encontra os garotos e os informa que um espírito maldito habita a caverna e que Punky Brewster é a única que pode derrotá-lo. As crianças, sendo crianças, aceitam o desafio. Não demora muito para que todos os seus amigos desapareçam – e reapareçam apenas como cabeças (decapitadas?) na parede. A sequência de horror ainda inclui o pai adotivo de Punky decidindo abandonar as buscas pela garota e seu cachorrinho sendo transformado em um esqueleto. Por fim, ela consegue derrotar o espírito e descobrimos que tudo fazia parte da história contada pelos garotos. Mas, para manter a garotada aterrorizada por mais um tempo, este foi um episódio duplo – o que significa que tiveram que esperar uma semana para descobrir o que acontecia no final.




5. Alf, o ETeimoso – o protagonista é capturado pelo governo
Episódio: Consider Me Gone (1990)

Vindo do extinto planeta Melmac, Alf, o ETeimoso, provavelmente causou muitos traumas infantis – e não só porque queria comer o gato da família Tanner. No primeiro episódio, já temos uma dica do que poderia acontecer com Alf caso fosse capturado. Um agente das Forças Especiais aparece na casa da família e é bem claro no que diz respeito aos seus objetivos: “Vamos ver como ele reage ao calor intenso, congelamento, alta tensão, substâncias tóxicas, medo, falta de sono, inoculação [agulhadas], e, é claro, dissecção”.

Os Tanners ajudam a manter o alienígena seguro e em segredo, e tudo vai bem até que Alf recebe uma mensagem de duas Malmacianas sobreviventes que querem ajuda de Alf para reviver a espécie. Ele decide partir mas, antes que sua carona intergalática chegue, Alf é cercado pelas Forças Especiais. E então, aparecem os créditos finais do episódio, último da série a ser veiculado. Em defesa dos produtores, este não seria o final imaginado para o ETeimoso – a série foi cancelada antes que fosse possível avisar às criancinhas que o protagonista peludo não iria ser dissecado.




6. Família Dinossauro – protagonistas em extinção
Episódio: Changing Nature (1994)

Você não aprendeu isso na escola, mas na TV o responsável pela extinção dos dinossauros tem nome, sobrenome e camisa xadrez hipster: Dino da Silva Sauro. O patriarca da família e principal protagonista da série é o responsável direto pela era do gelo e consequente extinção da sua espécie.

No episódio que é o final oficial da série – existem mais sete episódios que foram exibidos posteriormente, mas se passam antes da grande tragédia -, uma fábrica é responsável pela extinção de importantes besouros. Os pequenos animais eram fundamentais para o controle do crescimento de uma videira que passa a se espalhar descontroladamente. Dino é encarregado de resolver o problema mas, na tentativa de acabar com as vinhas, usa uma quantidade gigante de spray que destrói toda a vida vegetal do planeta. Na tentativa de recuperar as plantas, acaba dando início à era glacial e ao fim dos dinossauros, incluindo toda a família protagonista da série e o bebê cor de rosa. Em meio a uma mensagem ambientalmente correta, Dino pede desculpas por causar a morte de todos, enquanto assistimos o apresentador do jornal encerrar mais uma edição com um mórbido “Boa noite. E adeus.” O fim.


7. Tartarugas Ninja – a lenta decomposição do doutor-zumbi
Episódio: Insane in the Membrane (2003)


“Até pouco tempo atrás eu era um homem completo”. A frase que abre o episódio, dita pelo Dr. Baxter Stockman, logo mostra ser uma piadinha de mau gosto em um dos espisódios mais perturbadores da série das amigáveis tartarugas fãs de pizza. Graças a uma sequência de desventuras científicas, Baxter é reduzido de um homem completo a um cérebro em uma jarra. Ele não se dá por vencido, no entanto, e constrói um clone de seu corpo. Tudo ia bem até que o novo corpo do azarado doutor começa a se decompor lentamente na telinha. Pelos próximos minutos, assistimos ao desaparecimento de Baxter – membro a membro.


Alguém deve ter percebido que o episódio era macabro demais para ser exibido para crianças na TV e foi disponibilizado apenas para aquelas que tinham alguns trocados para comprar o DVD com o episódio que nunca foi ao ar.



Vão pela sombra, Equipe Eutanásia.    

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4 comentários:

  1. Muito Massa o Post :) Eu Lembro no Cartoon Network passava muito desses desenhos preto e branco meio psicodélico,e a gente acha super deboa.

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  2. Nossa, que coisa O.O Esses desenhos antigos a maioria são mesmo muito sinistras. Como um desenho da Betty Boop, que os personagens vão a um dentista e ai eles todos começam a se drogar com gás do riso... também sem contar os antigos desenhos do Tom e Jerry (que você também mencionou aqui) lá dos anos 1940-1958 quando eram do Hanna Barbera, e até dos de 1960-1962 mostram uma violência, que não é vista hoje em dia nos desenhos reformados deles...

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  3. Seria interessante disponibilizar os links dos episódios ;)

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  4. The Little Pest me deixou curioso.. ótimo post, adorei o site (:

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